Com o falecimento de Antônio Cayres de Almeida — Antônio do Bar — abriu-se uma lacuna na política local e levantou-se um questionamento: quem conseguiria ocupar esse espaço deixado pelo maior líder político já existente em Augustinópolis? O vice-prefeito, agora prefeito, Roni Teodoro, em tese, teria esse potencial, no entanto, não tem a experiência que Antônio do Bar tinha e seu governo ainda é uma incógnita, não se sabe como irá conduzir os rumos da cidade e se conseguirá manter o grupo unido. Perdas terão, com certeza, mas a dúvida fica: qual será o impacto dessas perdas para essa nova gestão que se inicia?.
Roni terá que ter muita habilidade para não fragmentar o grupo a ponto de inviabilizar seu mandato enquanto tenta colocar seu pensamento e imagem em sua gestão. Se não tiver essa habilidade, se perderá e pode cair no esquecimento ou, na pior das hipóteses, ser sempre lembrado como um mal gestor. A linha entre ser consagrado e cair no limbo político é tênue. Outro nome que surge como possibilidade para ocupar o trono é o do secretário de finanças Laércio Lima, que era o homem de confiança de Antônio do Bar, mas será que Roni o deixará no cargo? Se for demitido, conseguirá trazer para junto de si aqueles que foram fiéis a Antônio do Bar para conseguir montar um grupo competitivo? Se permanecer, adiará seu sonho? São perguntas cujas respostas só virão com o decorrer do tempo, até o momento podemos somente conjecturar.
Existem ainda Vinicius Cayres, Luciano Cayres e Marquinhos Cayres, respectivamente filho, sobrinho e neto de Antônio do Bar. O sobrenome Cayres, mesmo após a partida de seu líder, é muito forte e atrai muitos eleitores, queiram os opositores ou não. Vinícius é atualmente secretário de cultura e, como Laércio, não se sabe se continuará no cargo ou se tem desejo de ingressar na política, mas se assim fizer, o sobrenome já é um diferencial. Luciano é o único dos três que detém cargo político. Vereador em seu segundo mandato e o mais votado na última eleição, é o que tem mais chances, devido ao seu cargo, de ser o escolhido da família para uma eventual candidatura em 2028.
Já Marquinhos Cayres, assim como Vinícius, não se tem notícia de que deseja ingressar na política, mas além do sobrenome, ele tem um diferencial sobre os outros dois: o carisma. Apesar de ser ainda muito jovem, ele carrega consigo um respeito da população, mas, repito, não se sabe se há intenção de sua parte de seguir os passos do avô.
Mas também corre o risco de a oposição aos Cayres se organizar e ocupar esse espaço. Essa possibilidade é dependente do comportamento de Roni na prefeitura e remete ao questionamento de linhas acima: Roni conseguirá manter o atual grupo coeso? Se a fragmentação for maior que a esperada, a oposição ganha força.
Entre os nomes da oposição está o ex-vice-prefeito José Mendonça, que ficou em segundo lugar na disputa para a prefeitura na eleição passada. Ele tem um grupo pequeno, mas fiel, e pode ser beneficiado com a adesão dos “abandonados” por Roni. Vamos esperar os primeiros passos de Roni na prefeitura para podermos ter uma noção mais exata do futuro político augustinopolino.
