Passado o processo turbulento do afastamento do governador Wanderlei Barbosa, que teve seu retorno referendado pela segunda turma do STF — Supremo Tribunal Federal — que já contabiliza três votos, o suficiente para garantir a manutenção do retorno do governador, agora os olhos voltam-se para as eleições de 2026 e o processo sucessório do atual ocupante do Palácio José Wilson Siqueira Campos. Uns apostam em Eduardo Gomes para ser o candidato do Palácio em 2026, outros já falam em Dorinha, e a justificativa é a mesma para ambos: tiveram um papel importante em Brasília no caso do HC — Habeas Corpus — que permitiu o retorno. Mas são apostas predominantes na região central. Eles esquecem de outra personagem política que teve um papel crucial em todo esse processo, destacando-se pela sua fidelidade antes e durante a turbulência: o presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins, Amélio Cayres. Se existe alguém que possa alçar o posto de sucessor de Wanderlei Barbosa, chama-se Amélio e digo o porquê.
Não caiu no canto do governo interino
Durante os 90 dias de afastamento de Wanderlei Barbosa Amélio Cayres, manteve sua postura institucional diante do governador interino Laurez Moreira, resistindo aos assédios do ocupante temporário do Palácio. Amélio poderia ter tomado o mesmo rumo de alguns companheiros de casa e abandonado Wanderlei e, como presidente, levaria a maioria absoluta, mas não, preferiu manter-se fiel ao grupo do governador afastado e essa postura ética de fidelidade não permitiu que…..
Não abrisse o processo de impeachment
Como presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins, Amélio Cayres tem a prerrogativa de colocar em pauta matérias do Legislativo e, também, impeachment de governadores. A pressão para que ele pudesse fazer tal coisa foi grande, vinha do Palácio, que, segundo informações da mídia da região central, houve oferecimento de R$ 3 milhões para cada deputado que votasse pelo impeachment, mas Amélio resistiu. As pressões também vinham de deputados federais, tal como Vicentinho Junior, que chegou a afirmar que a crise política só teria fim com o impeachment de Wanderlei. Outra pressão vinha do plenário da ALETO com o deputado Junior Geo. A resistência de Amélio a essas pressões permitiu que o governador eleito nas últimas eleições através do voto popular não fosse afastado pela Assembleia, estando ainda estando afastado pelo STJ.
A fidelidade de Amélio o fez sair mais forte politicamente
Em razão disso, de não se utilizar do cargo que ocupa para afastar via parlamento Wanderlei Barbosa, mesmo com pressões políticas e financeiras, Amélio Cayres ganha força politicamente no grupo wanderlista, aumentando suas possibilidades de candidatura ao governo do estado, o que já era cotado antes do golpe laurezista, agora, ganha mais força e Amélio mais protagonismo dentro dessa nova aliança que nasceu do caos.
