O Ministério Público do Tocantins (MPTO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da 3ª Promotoria de Justiça de Araguaína, ofereceu denúncia contra 10 pessoas acusadas de integrar uma complexa organização criminosa interestadual, com ramificações no Tocantins, Maranhão e Pará. O grupo está diretamente ligado à facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e é acusado de praticar crimes, como tráfico de drogas, associação para o tráfico, comércio ilegal de armas e munições, lavagem de dinheiro e planejamentos de roubos a instituições financeiras nos moldes do chamado “Novo Cangaço”.
Estrutura criminosa e ligação com o PCC
As investigações revelaram que a organização funcionava em rede, com células
autônomas, mas interligadas entre si, dificultando o desmantelamento completo do grupo. J. B. P. J, conhecido como “Leitinho”, foi identificado como proprietário de fato da loja Complexo das Armas, em Araguaína, fachada utilizada para a lavagem de dinheiro e comércio ilegal de armamentos. Ele exercia ainda a função de “Sintonia Restrita” do PCC na região.
A denúncia aponta que o estabelecimento era usado para abastecer o grupo criminoso,
fortalecer sua capacidade bélica e escoar recursos ilícitos oriundos do tráfico de drogas e de crimes patrimoniais.
Operação Cerberus
Deflagrada em junho de 2025, a Operação Cerberus foi resultado da atuação conjunta da
Polícia Federal e da Polícia Civil do Tocantins. A ação cumpriu mandados de busca, apreensão e prisões, desarticulando parte da estrutura criminosa. Durante as diligências, foram apreendidas armas de grosso calibre, mais de 6 mil munições, drogas, prensa hidráulica utilizada para preparo de entorpecentes, balanças de precisão e grande quantidade de dinheiro em espécie.
